Resenhas
Edição 147 > 2015-2016. Anos que vivemos em perigo
2015-2016. Anos que vivemos em perigo

ANOS QUE VIVEMOS EM PERIGO – A crise brasileira
Autor: Walter Sorrentino
Páginas: 240
Editora: Livraria e Editora Anita Ltda.
ISBN: 97 8857277 178 -8
Ano de publicação: 2017 - 1ª edição
Formato: Livro Digital – e-Book
Preço: R$ 10,00
Disponível* em: www.anitagaribaldi.com.br
*disponível apenas para download formatos e-Book (PDF).
Walter Sorrentino é um observador atento e arguto do ambiente político do Brasil. Treinou estas habilidades desde os tempos da militância clandestina na época dos governos militares.
Os textos que ora oferece ao leitor tratam dos sombrios episódios que levaram ao afastamento da presidente Dilma Roussef por uma urdidura de elementos policiais, jurídicos e institucionais.
O governo Dilma caiu pela ação corrosiva antinacionalista e antidemocrática dos grupos conservadores, mas também por incapacidade de reunir amplas forças políticas e sociais para neutralizar a ofensiva conservadora.
A agenda conduzida pelo governo carregava uma ambiguidade que terminou por arruiná-lo. A questão nacional, que sem dúvida seduzia a presidente, perdia força quando confrontada com as demandas politicamente corretas das corporações públicas e privadas.
A agenda de consenso do cosmopolitismo deslumbrado defende causas, passa longe do drama concreto da sobrevivência das nações e, portanto, dos nacionais, sejam eles trabalhadores, empresários ou artistas.
A defesa do meio ambiente, a proteção dos animais, a luta contra a corrupção, a igualdade de raça e de gênero são temas muito mais caros às nossas instituições do que a soberania científica e tecnológica da Nação, o emprego dos nossos trabalhadores ou a sobrevivência das empresas brasileiras. Agendas que deveriam ser complementares se excluem.
Na Europa, tal conflito resultou na vitória, no referendo, da saída do Reino Unido da União Europeia. A mesma situação na França levou ao crescimento da Frente Nacional de Marine Le Pen.
Nos Estados Unidos, Donald Trump ganhou as eleições oferecendo aos americanos do Norte um caminho alternativo à plataforma da globalização financeira, das ONGs, e da mídia.
Como as caravelas de Cabral, os filmes de Hollywood e a Coca-Cola, a onda contra a agenda do consenso global chegará um dia por aqui. A esquerda poderá continuar a acusá-la de coisa do capeta, da direita e fascista, ou poderá também voltar seus olhos para o País subestimado, com seu povo, seu passado, presente e futuro.
Aldo Rebelo é jornalista, ex-deputado federal e ex-ministro dos governos Lula e Dilma