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Edição 143 > Ex-ministros de Lula e Dilma comemoram sucesso da Olimpíada do Rio e deixam legado positivo para o esporte brasileiro
Ex-ministros de Lula e Dilma comemoram sucesso da Olimpíada do Rio e deixam legado positivo para o esporte brasileiro
Princípios coletou a opinião dos ex-ministros do Esporte que mais se dedicaram à preparação dos jogos olímpicos. Aldo Rebelo e Orlando Silva, ambos do PCdoB, constituíram uma competente equipe coordenada por Ricardo Leyser, que foi fundamental na preparação e realização do plano geral da Olimpíada. Os três comentam a importância do evento para a valorização da imagem internacional do país, para a elevação da autoestima dos brasileiros, e falam ainda do importante papel que os governos Lula e Dilma jogaram para o sucesso dos jogos e para o bom desempenho dos esportistas do Brasil que participaram das competições

A avaliação de que a Olimpíada do Rio de Janeiro foi um sucesso é quase unânime. A mídia, nacional e internacional, publicou dezenas de matérias reconhecendo a boa organização dos jogos e os resultados positivos do evento. Coube à prefeitura do Rio de Janeiro a maior parte do trabalho, mas sem a participação e o apoio decidido do governo federal, sobretudo do Ministério do Esporte, o sucesso deste megaevento internacional poderia ter ficado comprometido.
O trabalho de preparação da Olimpíada do Rio começou antes mesmo de a cidade ser escolhida para sediar os jogos. Desde 2006, o Comitê Olímpico Brasileiro já atuava na escolha da cidade brasileira que iria disputar com outras a chance de sediar os jogos. A equipe que preparou a proposta de candidatura do Rio começou a esboçar o projeto ainda em 2007, durante a realização dos Jogos Pan-Americanos e conseguiu dos três níveis de governo (União, estado e município do Rio de Janeiro) o compromisso de ajudarem com a infraestrutura necessária para a realização do evento e melhorias da cidade sede.
No dia 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, o então ministro do Esporte, Orlando Silva, comemorou, ao lado do presidente Lula, a escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, vencendo a concorrência de Madri, Tóquio e Chicago.
O Rio de Janeiro passou então a ser a primeira cidade da América do Sul a receber uma edição olímpica, ao passo que o Brasil é o quarto país a sediar Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos em um espaço de dois anos, depois de México, Alemanha e Estados Unidos.
Orlando Silva: empenho pessoal de Lula foi essencial para a escolha do Rio de Janeiro
O baiano Orlando Silva foi ministro do Esporte por cinco anos, nos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Antes de ser titular da pasta, ele exerceu os cargos de secretário Nacional de Esporte, secretário Nacional de Esporte Educacional e secretário-executivo do Ministério do Esporte. Em 3 de abril de 2006, foi empossado no cargo de ministro, ficando na função até outubro de 2011. Atualmente, exerce o mandato de deputado federal pelo PCdoB de São Paulo.
Orlando Silva realizou os Jogos Pan-Americanos e os Jogos Parapan-Americanos de 2007, com grande sucesso e recorde de medalhas de ouro, e colocou o país no centro da agenda esportiva internacional ao ajudar a trazer a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 para o Brasil. Entregou 6.000 obras de infraestrutura esportiva em todo o país, de quadras em escolas até grandes complexos esportivos, ampliando a prática esportiva em todos os estados.
Desenvolveu o Bolsa Atleta, maior programa de apoio direto a atletas de alto rendimento da nossa história, além de programas sociais como Segundo Tempo e Esporte e Lazer das Cidades, oferecendo atividade física orientada para um número de jovens e crianças nunca antes alcançado no Brasil.
Também elaborou e implantou a Lei de Incentivo ao Esporte, estímulo fiscal para investimento privado no esporte, uma reivindicação de 40 anos do setor. Ainda garantiu a ampliação da produção de ciências do esporte e implantou medidas para apoiar o futebol, sobretudo os clubes formadores.
Em entrevista ao portal Vermelho, Orlando resgatou como foram os dias que antecederam a votação do COI e o clima pouco antes do anúncio que confirmou o Brasil como país sede dos jogos. Ele também destacou a importância do evento para o país, mesmo diante da grave crise política que enfrentamos.
Ele lembra que o clima da delegação do Brasil antes da abertura dos envelopes, em 2009, era de tensão total, “mas também de muita confiança porque na estratégia que montamos trabalhávamos sempre pedindo o voto e também pendido o segundo voto. Nós desejávamos ser o segundo voto de todos que estavam disputando. Na primeira votação, o Brasil passou em primeiro, salvo engano. Caiu a cidade de Chicago, com Barack Obama, que estava presente. Praticamente todos os votos de Chicago vieram para o Brasil na votação seguinte. Na terceira votação, caiu Tóquio e praticamente todos os votos vieram para o Brasil. Se observar os votos de Madri do primeiro para o último turno foi praticamente o mesmo número (32). Fomos bem-sucedidos porque nós conseguimos ser a segunda opção de todos. E nós usávamos como discurso para construir essa segunda opção o fato de que nós somos a pátria mais multirracial do mundo. Poderíamos dizer que éramos a segunda pátria do Japão pela colônia japonesa que temos no país. Dos italianos, africanos, árabes, todos poderiam se ver no Brasil. Podemos dizer que os mais de 200 países que participam dos jogos, com certeza todos contam com torcedores no Brasil pois aqui tem gente de todo canto”, afirma.
Segundo Orlando, a conquista da Copa e da Olimpíada servia a uma estratégia de projeção internacional do Brasil. “O Lula acreditava que o nosso país precisava aparecer para o mundo com a força que possui. Com a força que tem na economia, pois nós já éramos uma das 10 economias mais importantes do planeta. Com a força que tem pela população e pelo papel estratégico que tem no hemisfério Sul”, afirma Orlando, ressaltando que o presidente Lula “concebeu Olimpíada e Copa do Mundo como parte desse processo de projeção do Brasil porque são os dois maiores eventos – não só esportivos, mas de visibilidade – que existem (...). Como o Lula falou na época, foi uma espécie de cidadania internacional que o Brasil assumiu naquele momento porque revelou uma confiança da comunidade internacional em nosso país”, diz o ex-ministro.
Orlando destaca que mais do que um entusiasta dos jogos, Lula foi uma peça-chave para que o país tivesse essa conquista. “Não haveria Olimpíada no Brasil se não fosse Lula. Ele batalhou durante anos”, diz Orlando. Como exemplo do empenho pessoal do ex-presidente, Orlando Silva cita que Lula chegou três dias antes em Copenhague e conversou com pelo menos 40 dos quase 100 eleitores.
Justamente por isso, o ex-ministro diz ter lamentado muito que nem Lula nem a presidenta Dilma tenham participado da abertura dos jogos. “O Lula foi chave para conquistar e a Dilma foi chave para preparar o país. Infelizmente, numa situação insólita, um presidente interino e ilegítimo é quem ocupou o lugar reservado ao chefe de Estado brasileiro. Não foi à toa a sonora vaia que levou do povo na abertura do evento”, diz.
O ex-ministro comenta ainda que a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio permitiu que “bilhões de pessoas ao redor do mundo conhecessem um pouco da cultura, da história e da força do Brasil”. “Há países que tentam se projetar pelo belicismo, como os EUA. O Brasil, pelas características históricas, políticas e culturais que possui, encontrou outras formas de se projetar”.
Ele destaca também que na preparação da Copa de 2014 e da Olimpíada foi feito um programa de investimentos em infraestrutura esportiva que alcançou todos os estados. “Isso é um legado esportivo que fica depois que passar. É a semente dos Jogos Olímpicos que estará presente em todos os estados. E, particularmente, nessa semente está presente o DNA do PCdoB, que por sua presença no Ministério do Esporte insistiu muito que não bastava ter apenas boas equipes durante os jogos de 2016”, afirma.
“Para nós, tão importante quanto chegar bem e competir bem em 2016 era seguir bem para frente. Não queremos seguir o exemplo da Grécia, que alcançou um bom resultado durante os jogos, mas depois resultou uma grave decadência no esporte. Mesmo a Espanha, que evoluiu no esporte, ficou aquém do resultado alcançado nos jogos de Barcelona. Queremos seguir o exemplo do Japão, da Coreia, da Austrália, países que chegaram à elite mundial do esporte durante as Olímpiadas que fizeram, mas permaneceram. Esse é o desafio. Creio que essa noção de um evento nacional, de mobilização do país e de deixar um legado pode ser o fundamento para que nós possamos continuar sendo um país relevante do ponto de vista esportivo”, concluiu Orlando.
Aldo Rebelo: deixamos falando sozinhos os que sofrem do complexo de vira-latas
Aldo Rebelo foi ministro do Esporte durante o primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014.
Princípios conversou com Aldo em seu apartamento em São Paulo, logo depois do encerramento da Olimpíada do Rio e encontrou o ex-ministro bastante satisfeito com o sucesso dos jogos.
Além da elogiada organização e infraestrutura construída para as competições e para receber os visitantes, do ponto de vista esportivo, a Rio 2016 conferiu ao Brasil seu melhor desempenho em jogos olímpicos, alcançando a 13ª colocação no ranking de medalhas, com sete de ouro, seis de prata e seis de bronze, totalizando 19 pódios. Com apenas duas medalhas de ouro a mais – perfeitamente possível – o Brasil se situaria na 8ª posição, ligeiramente à frente da Coreia do Sul.
Parte deste resultado pode ser creditado ao esforço do Ministério do Esporte, durante a gestão de Aldo Rebelo, que criou programas como o Plano Brasil Medalhas, que criou o Bolsa Pódio, contemplando com bolsas mensais os atletas de alto rendimento que ocupavam posições de destaque nos rankings mundiais de suas modalidades e fundando linhas de financiamento para bancar equipes multidisciplinares, equipamento e material esportivo, treinamento no Brasil e no exterior e participação em competições.
Conhecido por sua militância patriótica inquestionável e sempre muito dedicado aos temas nacionais, Aldo avalia que os resultados positivos da Olimpíada se dão em três frentes: o recorde de medalhas conquistadas, mas também a promoção internacional do país e a elevação da autoestima do brasileiro.
Ele aproveita para cutucar aqueles que torceram contra o evento. “Eu li editorais de jornais, como a Folha de S.Paulo, dizendo que nossa Olimpíada ia ser um desastre, que era um erro sediar o evento. Ao mesmo tempo diziam que a Olimpíada de Tóquio, em 2020, era uma oportunidade de ouro para o Japão, hoje estagnado e ofuscado pelo protagonismo da China, dinamizar sua economia e se reinserir no contexto internacional. Pois agora que os jogos foram concluídos, vemos como aquele editorial pessimista foi um erro crasso de avaliação”, afirma ele.
Para Aldo, eventos como Copa do Mundo e Olimpíada são oportunidades ímpares para um país exercer o que se tem chamado de soft power, quando o país demonstra sua capacidade de realização, de organização e isso tem impacto econômico pois o empenho do país em realizar com sucesso eventos como esses gera confiança nos investidores, atrai novos investimentos e a imagem do país se consolida no exterior.
“Nesse sentido, a Olimpíada foi uma grande vitória para o Brasil e também golpeou aquele sentimento de vira-lata de um setor da elite, da classe média e da mídia — portadores deste complexo de inferioridade, e vivem repetindo que o Brasil não é capaz de fazer grandes coisas e só os outros países é que têm capacidade —, que foi de certa forma derrotado na medida em que provamos que o Brasil, além de ser capaz de construir uma das dez maiores economias globais, a agricultura mais competitiva do planeta... somos capazes também de organizar qualquer grande evento que nos dispusermos a organizar”, afirma Aldo.
Em postagem no Twitter, o ex-ministro foi ainda mais enfático na crítica ao espírito derrotista de certa imprensa. “A matilha de vira-latas que apostou contra a Copa e contra as Olimpíadas fracassa mais uma vez”, registrou Aldo no microblog.
Ele lembra que ao contrário do que ocorreu na Copa de 2014, desta vez não houve focos relevantes de manifestações de rua contrárias à Olimpíada e, mais uma vez, aponta a derrota daqueles que “não acreditam no Brasil”. “Este setor foi derrotado na Copa. Nós realizamos a Copa com êxito. O mundo elogiou a estrutura, a forma como organizamos, como acolhemos os torcedores estrangeiros e brasileiros”, relata. E prossegue: “Agora na Olimpíada o sentimento negativista não teve expressão de rua, mas continuava presente na imprensa, nos jornalões”. A diferença fundamental entre 2014 e 2016, diz Aldo, é que na Copa a Dilma estava na presidência, “então este setor mais conservador tinha motivação para insuflar manifestações de massa, com direito a black-blocs e tudo mais. Agora, com Dilma já afastada do governo, a motivação não era tão grande para esculhambar com o evento”.
Além de ministro do Esporte, Aldo foi ministro da Ciência e Tecnologia e também da Defesa do governo Dilma. Perguntado sobre o bom desempenho dos atletas brasileiros ligados às Forças Armadas, Aldo explica que isso é fruto de um investimento que já é antigo. “Esses atletas participam das competições militares, que são os Jogos Mundiais Militares, e das competições olímpicas do Brasil. Eles são recrutados para as Forças Armadas, que lhes garantem estrutura, salário e meios para treinarem. É um projeto conjunto do ministério do Esporte com as Forças Armadas, sendo que a maior parte dos recursos é do ministério do Esporte. Eles também foram beneficiados com o Plano Brasil Medalhas, um trunfo do governo Dilma. Isso tudo coordenado por um programa de alto rendimento para finalidades olímpicas. Então creio que este conjunto de fatores ajudou estes atletas a terem um melhor desempenho”, avalia.
Ricardo Leyser: usurpadores do trabalho alheio foram ingratos com Dilma
Desde o primeiro mandato do presidente Lula, o administrador Ricardo Leyser já estava dedicado ao desenvolvimento esportivo do país. Em 2003, assumiu a Secretaria Nacional de Esporte Educacional. Entre 2005 e 2007, coordenou todas as ações do governo federal na organização dos Jogos Pan-Americanos do Rio. Depois, foi coordenador das ações federais na vitoriosa candidatura olímpica. Em 2009, assumiu a secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento e em fevereiro de 2015 foi nomeado para exercer o cargo de secretário executivo do Ministério do Esporte, vindo a comandar a pasta (como ministro interino) em março de 2016.
Ele foi o principal interlocutor do governo federal nas questões envolvendo a realização dos Jogos Olímpicos. Na fase final de preparação da Olimpíada, já fora do ministério em virtude do golpe parlamentar que afastou Dilma do Planalto, Leyser foi nomeado vice-presidente da Empresa Olímpica Municipal, órgão ligado à prefeitura do Rio de Janeiro.
Em depoimento gravado logo após o encerramento dos jogos, Leyser também criticou o chamado “complexo de vira-lata” e comemorou o sucesso da Rio 2016. “Contra todas as opiniões da nossa imprensa, e contra a torcida daqueles que têm aquele famoso complexo de vira-lata, nós entregamos com muito sucesso os jogos”, disse.
“Entregamos, seja do ponto de vista da infraestrutura, seja da transformação social do Rio de Janeiro através do transporte, ampliação e reforma dos aeroportos e todos os investimentos na cidade. Mas entregamos coisas boas também na parte esportiva, com todos os programas que desenvolvemos, desde 2003, quando o Ministério do Esporte foi criado”, afirmou.
Ele citou a questão dos aeroportos como parte do êxito do evento. “Se pensarmos que, há alguns anos, tínhamos caos aéreo e hoje temos um Galeão com um terceiro terminal todo reformado, os terminais antigos reformados, fazendo a operação mais complexa de aeroporto no mundo, que é a saída dos Jogos Olímpicos (...) e nós não tivemos nenhuma notícia negativa na operação do aeroporto (...) isso é motivo de comemoração”, disse.
Ele também lembrou que a construção do metrô da Barra da Tijuca, “um sonho dos cariocas, há muito tempo”, foi outra obra que contou com financiamentos do governo federal.
E citou ainda os corredores de ônibus. “O Rio não tinha nem faixa exclusiva de ônibus e hoje tem grandes corredores interligando a cidade. Tudo financiado pelos programas do governo federal, pelo PAC, pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal”, diz Leyser, lamentando que mesmo tendo sido o governo Dilma o grande patrocinador destas melhorias, a presidenta “foi escondida desse processo, como se o sucesso dessa infraestrutura não tivesse contado com quase bilhões de reais de financiamento e aportes do governo federal”!
Leyser cita também os investimentos da área esportiva que redundaram em destaques para o Brasil no quadro de medalhas. “Ficou provado que a nossa escolha de dar acesso ao esporte de qualidade para pessoas carentes pode resultar numa história esportiva muito bonita, numa história de vida muito bacana. Seja no Segundo Tempo, com o Izaquias, seja na Lei do Incentivo ao Esporte, no caso da Rafaela, ou de todos os programas – Bolsa Atleta, Bolsa Pódio, Programa Brasil Medalhas –, o Brasil esteve com suporte do governo federal a todos os seus times”, afirma Leyser.
“A maioria dos atletas teve o nosso apoio e produziu o melhor resultado da nossa história. Não só na quantidade de medalhas. Mas nas quantidades finais. Nas melhores colocações na maior parte dos esportes”, relata Leyser, listando bons resultados, ainda que sem medalhas, no levantamento de peso, no ciclismo, no handebol masculino, no tênis de mesa e no polo aquático. “Então, o Brasil, como potência esportiva, cresceu muito, está muito mais respeitado”, comemora.
“E, isso tudo, graças ao presidente Lula e à presidente Dilma, que foram os dois grandes escondidos da festa olímpica. Na verdade, a gente vive um momento, no Brasil, em que as pessoas que trabalharam, entregaram, construíram, colocaram os tijolos, se esforçaram, garantiram o orçamento para que tudo isso acontecesse bem... essas pessoas, na hora da festa foram escondidas, e aparecem pessoas dois meses depois e querem assoprar a velinha, sem ter ido pra cozinha, sem ter feito o bolo, sem ter participado de nada. E fazem isso com uma incrível tranquilidade, se apropriando de um trabalho que não foi seu, de um esforço que não foi seu, e sequer foram capazes de uma palavra de agradecimento”, reclama Leyser.