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Internacional

Edição 140 > O mundo em 2015-2016: conflitos e tensões geopolíticas marcam luta por nova hegemonia

O mundo em 2015-2016: conflitos e tensões geopolíticas marcam luta por nova hegemonia

Ronaldo Carmona
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Nos estertores de 2015, o mundo se apresenta cada vez mais instável e turbulento, marcado por conflitos e contenciosos de desfecho imprevisível ? parte de uma disputa geopolítica de vulto em curso no mundo, relacionada à nova hegemonia que resultará da atual transição sistêmica.

Há fortes implicações para o Brasil, dada a fragilização do poder nacional

A atual transição no sistema internacional inicia-se a partir da erosão da ordem internacional do pós-guerra, que encerra a estabilidade -bipolar- da -destruição mútua assegurada- (a dissuasão nuclear) vigente no mundo entre 1945 e 1989-1991.

 

A hegemonia unipolar do vitorioso na contenda da guerra fria, no entanto, ao iniciar o século 21, vai sendo contestada por uma configuração crescentemente multipolar, num esquema de hegemonia relativamente diluída e, portanto, tendente à instabilidade sistêmica crônica.

Assim, a deterioração do cenário geopolítico, que se apresentou com força neste ano de 2015, relaciona-se diretamente à seguinte equação: Qual será a nova potência (ou coalizão de potências) hegemônicas resultante da transição em curso no sistema internacional- As forças do status quo (coalizão hegemônica vitoriosa) - Estados Unidos à frente, secundados pela União Europeia - manobram fortemente para fazer vitoriosa uma -contratendência-, renovando sua condição de hegemonia.

Tal manobra apoia-se na pujança tecnológica de natureza estratégico-militar e por movimentos de relançamento da liderança econômica destes países (1).

Fatos recentes do crepúsculo de 2015, como a sangrenta sexta-feira 13 em Paris, antecedida pela derrubada do avião comercial russo no Egito, pelo atentado ao bairro xiita em Beirute e sucedida pelo atentado em Mali e pela derrubada, pela Turquia, de um bombardeiro russo em território sírio, são dramáticos efeitos colaterais desta deterioração do cenário internacional.

A geopolítica na transiçãoLançada em julho de 2015, a nova Estratégia Militar norte-americana, após afirmar que o ambiente de segurança global é o mais imprevisível em 40 anos, organiza as ameaças ao país em duas categorias principais: a dos Estados -revisionistas- e a das -organizações extremistas violentas- (em inglês, VEO, violent extremist organizations).

O conceito de -Estados revisionistas- - países que buscam revisar as normas que regem o sistema internacional, visando torná-las mais favorável a seus projetos nacionais - aplica-se com exatidão aos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Não por acaso, é possível identificar numa -guerra aos BRICS- - dado o potencial destes países em moldar uma nova coalizão hegemônica - a tática e a estratégia atual da velha ordem, EUA à frente, no cenário atual.

Especialmente aquelas voltadas contra os dois mais fortes militarmente, Rússia e China, componentes de uma -ordem geoestratégica tripolar- (2).

Neste breve artigo, buscaremos um -sobrevoo- nestes focos de tensões, conectando-os ao quadro amplo do cenário sistêmico de tensões geopolíticas globais.

Por fim, brevemente comentaremos as repercussões para o Brasil deste cenário.

Os grandes focos de tensão geopolítica contemporânea1 - O desfecho da guerra na SíriaÀs vésperas de completar cinco anos (2011-2016), o conflito sírio teve uma importante inflexão com a decisão russa de apoiar militarmente, no terreno, a luta das forças patrióticas e anti-imperialistas sírias contra os terroristas.

Com ela, equilibrou-se militarmente a contenda e foi impedida a deposição de Bashar al-Assad, objetivo central do -ocidente-.

O presidente Vladimir Putin, como exímio jogador de xadrez no tabuleiro geopolítico global, adiantou suas linhas de defesa, fincando pé nas bases aéreas de Latakia e na base naval de Tartus, no Mediterrâneo sírio.

Com isso, objetiva centralmente pôr freios na hegemonia -ocidental- em aliança com o fundamentalismo sunita (fomentado pela casa real saudita) na região.

Nesse contexto deve ser lida a recente provocação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), operada pela Turquia, de derrubar um caça bombardeiro russo em território sírio em plena campanha antiterrorista.

É importante retrocedermos a grandes objetivos geopolíticos e geoestratégicos por parte dos EUA nesta região.

Seu modus operandi em relação aos países árabes na vasta região do -grande Oriente Médio-, buscou, fundamentalmente - desde o final da guerra fria (primeira Guerra do Golfo, 1990) até a intervenção externa atual que deu origem à guerra civil síria -, a desestabilização de Estados não alinhados à sua órbita de influência.

Fomentou a deposição de governos representativos do nacionalismo árabe, do pan-arabismo, do socialismo árabe de linha nacionalista (o Baathismo), do nasserismo (alusivo à Gamal Abdel Nasser), correntes convergentes e, em geral, anti-imperialistas.

Foi assim na campanha pela deposição de Saddam Hussein, com duas guerras no Iraque, depois no Afeganistão (antes contra o governo pró-soviético e, mais recentemente, contra o Talibã), na Líbia (contra Kadafi) e nas chamadas -primaveras árabes- (na Tunísia, no Egito, Iêmen e Síria).

Essencialmente, buscou-se, desde fora, a partir de operações de inteligência, fraturar a unidade nacional e étnica desses países e incentivar rivalidades sectárias, inter-religiosas - esquema originalmente concebido pelo geopolítico estadunidense Zbigniew Brzezinski no Afeganistão voltado a minar o governo pró-soviético.

Assim, sustentados pela inteligência norte-americana, apareceram o Talibã, a Al-Quaeda, e mais recentemente o chamado Estado Islâmico (EI), fomentados com objetivos de deposição de estáveis governos nacionais.

Eficazes no objetivo inicial, entretanto, num segundo momento as organizações terroristas - as violent extremist organizations - -saíram do controle- e geraram tragédias sangrentas como o 11 de setembro (de 2001) e, recentemente, o 13 de novembro (de 2015) em Paris.

Especificamente quanto ao Estado Islâmico, recente documento de inteligência norte-americano, datado de 2012, recém-desclassificado, indica, sem meias palavras, a estratégia de apoio como forma de -isolar o regime- (sírio) e -conter a expansão xiita- (Irã, Iraque e Hezbollah) (2).

Atualmente, além do explícito suporte da Arábia Saudita - cuja casa real filia-se à seita do Islã pertencente à sua ala mais extremista e fundamentalista -, o EI conta com apoio tácito da Turquia.

Primeiro, por atuar na lógica do -inimigo do meu inimigo é meu amigo- - tendo em vista a guerrilha curda e a ação terrorista da minoria turcomena contra Assad.

Segundo, para manter o fluxo de petróleo contrabandeado da Síria e do Iraque para a Turquia, por preços mais baixos que os de mercado, como a inteligência russa vem seguidamente demonstrando, e que é uma das bases de financiamento dos terroristas do EI.

O presidente Putin teve uma reação racional diante da provocação, pois uma retaliação militar russa contra a Turquia, sem exagero, teria potencial de deflagrar uma terceira guerra mundial.

Decretou uma série de retaliações econômicas, que pesarão fortemente sobre a economia turca e se manteve firme no seu objetivo principal de combate ao terrorismo.

2 - A guerra na Ucrânia, -zona tampão- entre a Rússia e a OtanA ameaça de cooptação, pela Otan, da Ucrânia, a partir do episódio de deposição do presidente Viktor Yanukovich, em função da resistência deste em assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia, deflagrando uma recidiva da -revolução colorida- pró-Ocidente, foi a linha vermelha que nos cálculos estratégicos russos não poderia ser transposta sem reação.

Afinal, este movimento punha em questão a neutralidade ucraniana, abalando o equilíbrio estratégico de -zona tampão- entre Rússia e União Europeia / Otan.

A exemplo da -primavera árabe-, as -revoluções coloridas-, instrumentalizadas, transformaram-se em métodos, apoiados por operações de inteligência, na qual o -Ocidente- busca depor governos independentes ou rivais.

Neste caso, as -revoluções coloridas- foram movimentos de desestabilização ocorridos supostamente a partir da -sociedade civil- em países no entorno geográfico (ou zona de influência) da Rússia.

Diante da ameaça à própria integridade territorial russa, tropas do país, com forte apoio das populações locais, ocupam a Crimeia em fevereiro de 2014, garantindo a manutenção da estratégica península, e particularmente da cidade de Sebastopol, sede da base naval da Frota russa no Mar Negro.

Adicionalmente, sublevações de populações de origem russa autonomizaram as províncias do leste da Ucrânia.

Seguiu-se uma brutal guerra econômica do Ocidente contra Moscou, que foi da exclusão da Rússia do G8 a sanções econômicas pesadas.

O saldo, até o presente momento, foi o fim das vacilações e ambiguidades que caracterizaram a política externa russa na era pós-soviética.

Moscou aderiu sem reservas, com entusiasmo, ao projeto dos BRICS e solidificou uma aliança estratégica com a China.

Atualmente, a Ucrânia, tendo à frente um governo de ultradireita com colorações fascistas, segue sendo forte elemento de tensão geopolítica, em especial na região de Donbass, no leste do país, foco de posições de forças autonomistas russófilas.

***Vale destacar, em relação aos dois primeiros itens, que a resistência em curso busca pôr freios a operações de regime change patrocinada pelo -Ocidente-, através de operações de inteligência, apresentadas por meios de conceitos ambíguos como o de -responsabilidade de Proteger (R2P)-.

3 - A luta pela manutenção da supremacia marítima, especialmente no -Mar do Sul da China-Um terceiro grande ponto de tensão geopolítica global se dá num terreno geoestratégico clássico, os Mares.

Os Estados Unidos seguem fiéis às formulações de um dos seus geopolíticos clássicos, o Almirante Alfred Mahan, teórico do poder naval, que apresentou suas ideias na virada do século XIX para o XX e que seguem em plena utilização doutrinária pelos norte-americanos.

Uma delas refere-se à imprescindibilidade da manutenção das rotas de navegação desobstruídas, da chamada -liberdade de navegação-.

Assim, uma das principais atribuições do Departamento de Defesa (DoD) estadunidense é a realização das -Freedom of Navigation Operations- (FON).

Anualmente, aliás, o -DoD- publica relatório sobre a -liberdade de navegação- no mundo.

Na edição de 2015, inclusive, o Brasil é um dos países na lista dos que restringem esta -liberdade- por -exigir autorização para exercícios militares em sua zona econômica exclusiva- (sic).

Desta questão advém um dos focos-chave de tensão geoestratégica contemporânea.

Afinal, o governo Obama, desde 2012, quando anuncia o documento Sustaining U.

S.

global leadership: priorities for 21st century defense, define claramente uma reorientação estratégica americana ao Pacífico, refletindo a transição oeste-leste da zona dinâmica da economia global e inaugurando o que na literatura se conhece como a política de -rebalancing toward Asia- ou -pivot asiático-.

Documentos posteriores reafirmam essa reorientação, inclusive um último, de agosto último, denominado Asia-Pacific Maritime Security Strategy.

A China, por sua vez, passa a ter uma postura de maior assertividade em torno de seus interesses -duros-.

Afinal, nenhum grande país poderá estar satisfeito em ter no seu litoral robusta presença naval estrangeira.

Ainda mais pelo fato de a região em questão, como lembrou recentemente a Revista The Economist, possuir -rotas marítimas vitais para a economia mundial que passam pelo Oceano Índico e pelos Mares do Sul e do Leste da China.

Oito dos dez portos comerciais mais movimentados do planeta ficam na região.

Dois terços dos carregamentos de petróleo cruzam o Oceano Índico a caminho do Pacífico, com 15 milhões de barris passando diariamente pelo estreito de Malaca.

Quase 30% do comércio marítimo atravessam o Mar do Sul da China, sendo que US$ 1,2 trilhão tem como destino os EUA.

Esse mar é responsável por mais de 10% da pesca mundial - e acredita-se que em seu subsolo escondam-se reservas de petróleo e gás natural- (3).

As tensões frequentes no -Mar do Sul da China- têm tornado a região epicentro de um potencial e ameaçador confronto entre Estados Unidos e China.

O gigante asiático considera parte histórica de seu território um conjunto de ilhas ao longo de sua costa marítima, disputadas com diversos países vizinhos, resultando assim terreno fértil assim para ações de provocação e cooptação pela parte norte-americana com objetivos antiChina.

A China vem contrabalanceando a ofensiva.

Por um lado, fomenta o grandioso projeto da -Nova Rota da Seda-, em suas versões terrestre e marítima.

A Rota da Seda marítima cria uma extensa rede de portos que conecta os chineses no Pacífico a portos no Índico, no Mar Vermelho ao Mediterrâneo.

Vai se criando assim uma alternativa ao possível bloqueio de rotas comerciais por parte da Otan em caso de agravamento da crise geopolítica, em especial do estreito de Malaca.

Nas palavras de Xi Jinping, o objetivo destes movimentos é -quebrar o gargalo de conectividade na Ásia-.

Assim, a partir do novo Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (em inglês, AIIB), serão financiadas a -China-s Silk Road Economic Belt- e o -21st Century Maritime Silk Road-, grandes projetos geoeconômicos com consequências geopolíticas e geoestratégicas com potencial para impactar sobre a hegemonia na Eurásia e em múltiplos oceanos (Pacífico - Índico - Vermelho/ Mediterrâneo)Noutra iniciativa, a China também adianta suas linhas geoestratégicas por meio de iniciativas geoeconômicas, levando-as ao continente americano, seja através da presença no -mediterrâneo americano- (Caribe), com a construção em curso do ousado projeto do Canal da Nicarágua - alternativo ao Canal do Panamá, sob administração norte-americana -, seja com iniciativas como fomento da Ferrovia Sul-Americana.

***Podemos nos referir, adicionalmente, a outras frentes de contencioso geopolítico no atual cenário global onde se observam manobras relacionadas ao desfecho da atual transição sistêmica.

São elas, dentre outras, (1) o fator Moeda, relacionadas a manipulações quanto à sua emissão (programas de quatitative easing) da taxa de juros (como atualmente com a norte-americana), ademais das relativas a própria hegemonia do dólar vis-à-vis a emergência do yuan/remimbi; (2) o fator Comércio, com a negociação de um conjunto de regras - muito além de reduções de tarifas - que padronizam um conjunto de normas a partir dos interesses do mais forte, -atando- e tornando dependentes economias que participam destes arranjos.

É o caso do Trans Pacific Partnership (TPP) e Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP), com profundas implicações geopolíticas e geoeconômicas;(3) o fator Energia.

Vide a bolha do fracking nos EUA e as manipulações sauditas e da Opep destacadas a derrubar preços do petróleo, através de um excesso de oferta no mercado internacional, tendo como consequência fortes retrações em países como Rússia e Venezuela e ameaçando inviabilizar a produção do Pré-Sal brasileiro; (4) a pauta ecológica, com o alarmismo provocado pelo controverso -aquecimento climático- com objetivos geopolíticos difusos.

Em boa medida, relaciona-se ao próprio bloqueio do desenvolvimento de zonas críticas como a Amazônia.

Exemplo disso é a proposta do chamado -Triplo A-, que visa a congelar o desenvolvimento do vasto espaço amazônico (4).

Dois fatores em 2016 terão fortes impactos sobre a transição sistêmica.

São eles:(1) O curso da transição chinesa, que busca reorientar o modelo de desenvolvimento do país, vigente desde 1978, que passará a basear-se em fatores cada vez mais endógenos.

No -novo normal- - crescimento econômico relativamente mais modesto, entre 6-7% a.

a.

-, busca-se a realização da grande meta chinesa de construção de uma -sociedade modestamente acomodada-; (2) do resultado da eleição presidencial norte-americana.

O -internacionalismo liberal- de Obama, provavelmente, será substituído por uma posição mais explícita quanto ao relançamento da hegemonia norte-americana, resultando numa provável deterioração do cenário internacional, e que inclui a latente ameaça de eleição de um arrivista de ultradireita, como Donald Trump.

Consequências para o Brasil O agravamento do quadro internacional apresenta consequências importantes para o curso do projeto de projeção brasileira no mundo.

Ademais, fruto de graves contradições políticas internas, o Brasil vive quadro de fragilização das próprias bases do poder nacional.

Destacam-se especialmente ataques diretos à projeção internacional do Brasil em seu entorno estratégico, por parte de setores expressivos de suas elites.

Exemplo disso é o ataque à política de apoio ao adensamento da presença de empresas e da exportação de serviços de engenharia por parte do BNDES - fruto até mesmo de uma CPI no Congresso.

A presença brasileira em países como Cuba e Angola - motivo de fortalecimento da projeção brasileira - passa a ser incrivelmente objeto de contestação interna.

Vicissitudes se apresentam em relação à projeção brasileira na América do Sul, grande prioridade do Brasil na última década.

Fruto da falta de coesão interna, em algo que deveria ser uma política de Estado, comum a todas as forças políticas, a política de integração sul-americana é fortemente contestada por preferências ideológicas de setores das elites que advogam -associação- a projetos hegemônicos conduzidos por potências, como é o caso da esdrúxula defesa da adesão do Brasil ao TPP.

Sob inédita ofensiva também se encontra o ciclo progressista iniciado em 1998 na América Latina.

Após registrar enorme resiliência, não registrando derrotas eleitorais ao longo de 17 anos, ocorre um primeiro revés efetivo para as forças de esquerda num país que é um vértice da unidade sul-americana, a Argentina - por escassos 2,68% dos votos.

Vale observar que as duas derrotas, anteriores a este ciclo de quase duas décadas, aconteceram em situação de golpe de Estado, caso de Honduras e Paraguai.

Na Venezuela, a derrota parlamentar das forças bolivarianas, reduzidas a 1/3 do parlamento, prenuncia renovada ameaça de deposição do presidente Nicolas Maduro por uma oposição revanchista e profundamente antipopular.

É precoce, no entanto, decretar a reversão do ciclo progressista na América Latina, como já apontam analistas conservadores.

No entanto, é fato identificar aumento das dificuldades para o prosseguimento deste ciclo político.

A incapacidade brasileira de seguir adensando sua projeção de poder denota um paradoxo.

Afinal, -uma vitória parcial, em qualquer tabuleiro do sistema provoca sempre o aparecimento de um novo desafio estratégico ainda mais complexo que o anterior- (5).

A incapacidade do enfrentamento desta questão - sobretudo pela ofensiva das elites contra esta projeção - gera ameaças ao protagonismo do Brasil como um dos pilares na construção de uma nova hegemonia no mundo.

Assim, a desestabilização brasileira apresenta seus contornos exógenos, relaciona-se ao próprio desfecho da transição em curso no sistema internacional.

Aqui se apresenta o fator exógeno na atual campanha golpista para depor a atual coalizão de forças à frente do governo brasileiro.

* Ronaldo Carmona é pesquisador no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo.

Membro do Comitê Central do PCdoB.

Notas(1) Exemplo desta estratégia são iniciativas que buscam a reindustrialização, que nos Estados Unidos toma o nome de -manufatura avançada- e na Alemanha de -Indústria 4.

0-.

Nestas, busca-se fomentar o desenvolvimento industrial por meio da inovação apoiada em tendências da chamada 4ª Revolução Industrial.

(2) Conforme proposto pelo geopolítico Alfredo Jalife-Jahme.

(3) Ver

com/2015/05/19/2012-defense-intelligence-agency-document-west-will-facilitate-rise-of-islamic-state-in-order-to-isolate-the-syrian-regime/>.

(4) Ver -Quem manda no mar--.

Traduzido por O Estado de S.

Paulo, 18-10-2015, p.

A14-15.

(5) Ver detalhes em

org/corredor-triplo-a-para-consolidar-internacionalizacao-e-engessamento-da-amazonia/>.

(6) FIORI, José Luís.

Geografia e estratégia.

Valor Econômico, 03-02-2015.

 

 

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