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Edição 138 > Frente Brasil Popular fortalece luta contra o golpismo e pede mudanças na política econômica

Frente Brasil Popular fortalece luta contra o golpismo e pede mudanças na política econômica

Cláudio Gonzalez
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Conferência de Belo Horizonte formalizou a criação da Frente que reúne movimentos sociais e sindicais do campo e da cidade, personalidades políticas e partidos de esquerda em defesa da democracia, contra a pauta conservadora e as medidas econômicas recessivas

No último dia 5 de setembro, a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, foi palco de uma importante iniciativa política que pretende apontar caminhos democráticos e populares para superar as graves crises política e econômica que o Brasil está vivendo.

Movimentos sociais, centrais sindicais e integrantes de partidos de esquerda realizaram a Conferência Nacional Popular no espaço externo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O evento contou com a presença de quase duas mil pessoas das cinco regiões do Brasil. A Conferência debateu temas da conjuntura, elencou propostas para enfrentar a crise e marcou o lançamento da Frente Brasil Popular (veja manifesto ao final desta matéria).

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, e a presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, realizaram a mesa de abertura da conferência saudando lideranças políticas, entidades, organizações e parlamentares presentes.

Stédile reafirmou a vitória nas eleições de 2014 e a necessidade de construir uma agenda para contrapor a ofensiva da direita. -Nós ganhamos o primeiro tempo deste jogo, em outubro de 2014. Agora, as forças de direita tomaram a ofensiva. Vivemos uma crise econômica e política e a burguesia aponta, como saída, o Estado mínimo, cortes nas políticas públicas e o realinhamento com os Estados Unidos. Para nós, a saída é construirmos uma unidade conjuntural nesta conferência. Não queremos uma operação Lava Jato a cada dois anos, por isso, defendemos a reforma política, contra o que mais favorece a corrupção, o financiamento privado de campanha-, afirmou o presidente do MST.

A presidenta da UNE, Carina Vitral, defendeu que as forças reunidas pela Frente Brasil Popular devem apresentar seu próprio projeto de política econômica. -Vamos propor a saída para a crise. Quem criou a crise é que pague por ela. Não a classe trabalhadora, a população brasileira. A crise econômica deve ser combatida com a taxação de fortunas. O ajuste fiscal é um programa deles, não nosso. Precisamos sair daqui com uma plataforma para o país. Vamos dizer que os movimentos sociais também têm uma agenda para o Brasil. Vamos construir de forma unitária e seremos vitoriosos, com muita luta e muita mobilização. As ruas não são da direita, sempre foram do povo brasileiro-, afirmou.

Após a mesa de abertura do encontro, a Conferência dividiu-se em grupos para debater os eixos principais que conformam uma plataforma inicial da frente. Ao lado de questões organizativas e de calendário de lutas, os eixos de debate foram: defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos sociais; a defesa da democracia e por outra política econômica; a soberania nacional e os processos de integração do continente; além da discussão sobre as reformas estruturais e populares.

Frente de esquerda

A Frente Brasil Popular nasce como uma frente de esquerda que vem mobilizando diversas organizações sociais nos últimos meses e objetiva -derrotar a ofensiva das forças conservadoras, propor outra política econômica, para caminhar em direção à transformações estruturais.- Segundo documento de convocação da Conferência, o grupo pretende, a partir da elaboração das propostas, realizar ações -contra todas as medidas de política econômica e do ajuste fiscal que retirem direitos dos trabalhadores e que impeçam o desenvolvimento com distribuição de renda-. Igualmente importante para a frente é não aceitar nenhuma tentativa de golpe e retrocesso nas liberdades individuais.

O ex-presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, lembra que seu partido já vem defendendo a criação de uma ampla frente, liderada pela esquerda, desde 2013. -Durante o último congresso, definimos que era preciso um bloco de afinidade de esquerda, formado por partidos, agrupamentos de esquerda, movimentos sociais e personalidades identificadas com este campo. O PCdoB participa dando foco a algumas questões que são fundamentais, como a luta contra o golpismo e pelo respeito à democracia que se traduz, hoje, na defesa do mandato constitucional da presidenta Dilma-.

Para Renato, outra questão importante é taxar as grandes fortunas, para que os ricos paguem sua parte na crise. -Defendemos a criação de um imposto para financiar a saúde, além de combater o financiamento empresarial em campanhas políticas, que já derrubamos no Senado, e também a defesa da Petrobras e da engenharia nacional-.

Ato político amplo e plural

Ao final da Conferência, um ato político foi realizado com a presença de militantes e dirigentes de partidos como PT, PCdoB, PCO, PSB e PMDB, todos em apoio à pauta progressista e da defesa de direitos e oficializando a criação da Frente.

-A Frente Brasil Popular é ampla, no sentido de que, não sendo estreita (esquerdista), está aberta a todas as forças que aderirem aos compromissos de seu Manifesto, e dois são os objetivos fundamentais: (1) barrar o golpismo e (2) fazer frente à onda conservadora que pervade a sociedade brasileira, açulando os instintos políticos mais primitivos, como a intolerância, o autoritarismo, o sectarismo. A Frente é nacional não apenas no sentido de que se expande por todo o nosso território, mas porque está preocupada com as questões nacionais, a começar pela nossa soberania, pela defesa da economia nacional, de nossas riquezas e de nosso patrimônio, ameaçado, de que serve de exemplo o projeto do grande capital de desnacionalizar e privatizar o pré-sal-, afirmou o cientista político e ex-vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.

Para Amaral, -a Frente é estratégica, mira o médio e o longo prazos, se candidata à defesa das teses progressistas e ao enfrentamento do conservadorismo, mas reconhece a necessidade de atividades táticas, como a defesa do mandato da presidenta Dilma-.

Jandira: a Frente tem importância estratégica

Falando em nome da bancada comunista na Câmara dos Deputados, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que na Conferência estiveram os representantes da luta do povo brasileiro, que sabem superar toda e qualquer adversidade. -Lutar quando está tudo bem, é fácil. Lutar na adversidade é o nosso grande desafio. A gente luta na adversidade contra uma mídia golpista que tenta apagar a memória do povo brasileiro, porque nós tivemos conquistas sim, que não são conquistas apenas do governo, mas do povo-, afirmou.

Para a deputada comunista, apontar saídas para a nação e mostrar sua importância é uma forma de contribuir para a solução das dificuldades que o país enfrenta diante da crise geopolítica. -A Frente Brasil Popular é uma mostra de que as forças de esquerda estão saindo da defensiva e partindo para a ofensiva, ampliando para outras forças da sociedade. Não há recuo para as vozes que gritam pelos sonhos do povo. Chegamos!-

Segundo Jandira, a Frente tem uma importância estratégica -porque o movimento social, a esquerda, as pessoas que não são de partido nenhum, formadores de opinião, pessoas de universidade, movimento popular... estão entendendo que é preciso enfrentar a intolerância, a atitude antidemocrática com unidade e com uma agenda política, uma agenda que mostre o caminho que queremos para o Brasil-.

Além da defesa do mandato da presidenta Dilma, Jandira destaca, entre os pontos a serem incorporados nesta agenda, a redução de juros; taxação de grandes fortunas; a regulação econômica da mídia, a defesa dos direitos civis contra o retrocesso e preconceito, uma política desenvolvimentista e uma política industrial incorporando inovação e a redução da jornada de trabalho. -É uma série de plataformas. Cada movimento social traz a sua e devemos afunilar numa agenda comum. Acredito que vai afunilar em dez pontos, uma coisa focada, firme, no sentido de trabalhar com ela no movimento social e também propondo ao governo políticas públicas que se sintonizem com esse eixo que a Frente Brasil Popular vai lançar-, afirma Jandira.

Sorrentino: consenso das forças avançadas

O vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, também deixou seu recado. Ele iniciou sua fala no ato político lembrando que a Conferência reuniu -as forças do povo brasileiro organizado, com as quais vencemos quatro eleições presidenciais consecutivas-.

Segundo Sorrentino, nossa luta e nossos governos deixaram um legado de avanços para a nação e para nosso povo. -Orgulhamo-nos deles e por isso nenhum de nós deve ficar na defensiva em preservar esse legado, com altivez-. O dirigente comunista alertou que mudaram as condições no Brasil e no mundo. -Desde o ano passado vivemos uma grande ofensiva das forças conservadoras, que permaneceu em curso no atual Congresso, contra as bandeiras do povo. (...) Hoje, vivemos dias perigosos para os interesses do povo e da nação, dias em que nossas conquistas desde 2003 estão ameaçadas-.

Para Sorrentino, é preciso -opor-se tenazmente à escalada golpista do poderoso sistema oposicionista reacionário que é contra Lula e Dilma, como também é contra o projeto que nós todos, aqui, representamos. (...) Precisamos alcançar um senso de urgência em torno dos acontecimentos, forjar uma poderosa unidade de ação contra qualquer forma de golpear as institucionalidades. E isso não é apenas missão da esquerda política e social aqui presente, como também unir em torno dela amplas forças democráticas, progressistas e patrióticas ou, pelo menos, responsáveis com o país-.

-Mais que nunca é preciso consenso das forças avançadas e eu saúdo, em nome do PCdoB, o que alcançamos neste nosso histórico encontro em que formamos a Frente Brasil Popular. (...) Nosso compromisso com a frente popular é aquele entre parceiros de longas jornadas de luta, com respeito mútuo e métodos de formação de consensos progressivos para unificar nossa luta. Aqui nasce um novo sujeito político, que vai ser protagonista de novos grandes combates. Nossa missão é disputar a agenda política e social junto à sociedade-, afirmou Sorrentino.

Também compuseram a mesa do ato político de encerramento da Conferência: Nivaldo Santana, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Beatriz Cerqueira, da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), representantes de entidades do movimento negro, de mulheres, LGBT, dos movimentos populares, vilas e favelas, os deputados federais do PCdoB, Wadson Ribeiro e Jô Moraes, o ex-ministro e ex-presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Roberto Amaral, Tarso Genro (PT), ex-governador do Rio Grande do Sul, os senadores Lindberg Farias (PT) e Roberto Requião (PMDB), os deputados federais Luzianne Lins (PT-CE) e Glauber Braga (PSB-RJ), além de Nilmário Miranda, secretário de Estado de Direitos Humanos de Minas Gerais, representando o governador Fernando Pimentel, entre tantos outros parlamentares e lideranças políticas presentes.

O evento foi encerrado com um ato cultural e apresentação do músico Pereira da Viola.

Dia Nacional de Lutas

O texto-base debatido nos grupos temáticos que fizeram sugestões a serem incorporadas no documento final da Conferência foi revisado em reunião de lideranças da Frente no dia 26 de setembro e deve ser divulgado em breve. A orientação é incluir na plataforma da Frente apenas as propostas consensuais.

Também ficou indicada a realização de um Dia Nacional de Lutas, que ocorreu no último dia 3 de outubro, data em que se comemorou o 62º aniversário da Petrobras. Militantes de mais de 20 estados foram mobilizados para os protestos.

O documento de convocação da jornada de protestos do dia 3 de outubro reafirma que -no momento político e econômico que o país tem vivido se torna urgente a necessidade do povo ocupar as ruas, avenidas e praças contra o retrocesso, por mais direitos e pelas reformas estruturais.-

O texto diz ainda que -há uma onda de conservadorismo propagado pelos grandes meios de comunicação, em que alguns defendem o impeachment e até ditadura militar para nosso país. E ainda que a sociedade como um todo não aceite retrocessos na vida política e social, e nos direitos sociais e dos trabalhadores e trabalhadoras, conquistados arduamente ao longo de décadas de lutas, será preciso muita mobilização e povo na rua para defender a democracia e o mandato constitucional da presidenta Dilma Rousseff.

As informações sobre a metodologia de trabalho da Frente, as próximas agendas e as propostas elencadas ficarão disponíveis no site frentebrasilpopular.com.br.

*Da redação, com agências

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