• Home
  • Nossa História
    • Nosso Time
  • Edições
    • Principios de 101 a atual
    • Coleção Principios - 1 a 100
  • Índice Remissivo
  • Contato

Revista Principios

  • Home
  • Nossa História
    • Nosso Time
  • Edições
    • Principios de 101 a atual
    • Coleção Principios - 1 a 100
  • Índice Remissivo
  • Contato

Editorial

Edição 128 > Entremeio a tempestades reais e “fabricadas”, o Brasil luta para crescer

Entremeio a tempestades reais e “fabricadas”, o Brasil luta para crescer

Adalberto Monteiro
Twitter
FaceBook

As estimativas de crescimento da economia brasileira para 2014 e o seu desempenho em 2013 estão no centro dos debates da sucessão presidencial que, na prática, já começou. Há uma variação nos prognósticos, mas eles indicam uma elevação do Produto Interno Brasileiro (PIB) para algo em torno de 2,5% em 2013. E não deve ser muito diferente em 2014. Na objetividade dos números, tudo somado, se ressalta que a partir de 2011 houve uma redução do ritmo de crescimento da economia em relação à média de expansão do período que vai de 2003 a 2010.

A média anual de crescimento do PIB nos últimos três anos deverá ficar na faixa de apenas 2%. Um resultado que obriga o governo da presidenta Dilma Rousseff a adotar medidas para melhorar o desempenho da economia nacional. Mas, uma coisa são os fatos, outra é a interpretação de tais fatos pelo filtro da acirrada luta política e midiática que a oposição conservadora promove para tentar reaver o governo da República.

Na falta de uma plataforma programática que efetivamente seja alternativa para impulsionar o progresso econômico e social do país, a oposição e seu poderoso braço midiático não hesitam em colocar no alvo os próprios interesses da Nação. Assim, o governo tem enfrentado tanto a tempestade real da persistente crise global do capitalismo quanto a borrasca artificialmente forjada por uma campanha midiática que sistematicamente atua para desacreditar o governo, dentro e fora do país. Hipocritamente, se diz que há um ambiente de perda de credibilidade fiscal, como se tal ambiente não tivesse sido meticulosamente forjado. Com essa mesma hipocrisia, a grande mídia reverbera com júbilo os rumores de um possível rebaixamento da nota de agências internacionais que baliza os investimentos.

Sobre o desempenho da economia nos últimos três anos se ocultam as circunstâncias, se omitem as virtudes das ações do governo da presidenta Dilma e se generalizam os equívocos, como se somente erros houvesse.

Na sua atual etapa, a crise global capitalista atinge com mais força os ditos países emergentes, como é caso da Índia, África do Sul, Turquia e Brasil. Mesmo a China desacelera. Fenômeno que no seu conjunto impacta negativamente o próprio crescimento do PIB mundial. O governo Dilma teve início em 2011, justamente com esta virada negativa dos efeitos da crise sobre os países em desenvolvimento. E, diante disto, nesses três anos se desdobrou e se desdobra para o país singrar as adversidades.

Ao oposto dos dogmas neoliberais, ante a retração do investimento privado temeroso de perdas em consequência da crise, o setor público através das estatais e dos bancos públicos elevou o financiamento de modo significativo a partir de 2008, suprindo dois terços do total de investimentos. Diante dos ataques dos rentistas, é dever do governo resistir e impedir retrocessos, mantendo o setor público na posição de um dos principais provedores dos investimentos tão necessários ao desenvolvimento do país. Para citar apenas um dado, o BNDES bancou sozinho 20% de todo o investimento na economia.

Noutro plano, o governo, consciente de que no capitalismo o Estado - como diz o economista Lécio de Morais - pode muito, mas não pode tudo, tem sido persistente para atrair os investimentos privados através de concessões e parcerias público-privadas nos setores de infraestrutura e energia. A oposição ataca com o libelo de que o atraso das concessões adveio da tentativa do governo -de querer tabelar os lucros.- O que na verdade aconteceu é que o governo atuou para preservar o interesse público, em termos de qualidade e preço dos serviços.

Com estas e outras medidas, e programas, a presidenta Dilma Rousseff desencadeou uma forte ação para neutralizar os efeitos corrosivos da crise e, ao mesmo tempo, enfrentar alguns obstáculos históricos ao desenvolvimento nacional. O crescimento é aquém do necessário, sabemos disso. Não temos motivos para gargalhar, mas também não há razão para tristeza. Tecnicamente, o país vive uma situação de pleno emprego, há ganhos salariais, a inflação está sob controle, melhorou a cotação do câmbio, as reservas somam US$ 375 bilhões. As concessões, com o resguardo dos interesses nacionais e do povo, vão ganhando celeridade. Os investimentos contratados para o futuro por intermédio de concessões realizadas em 2013, mais os previstos em Libra somam R$ 140 bilhões. O combate às desigualdades sociais, os avanços na distribuição de renda, mais investimentos em educação, saúde, mobilidade urbana; tudo isto foi preservado e até ampliado, mesmo com o mundo em crise.

Já a oposição, além de torcer e atuar para que ocorra o pior, quando instada a apresentar alternativas saca do bolso o receituário neoliberal que fracassou no Brasil e no mundo: austeridade, corte das conquistas sociais, a começar do aumento real do salário mínimo, e, novamente, submeter o Estado nacional aos interesses do capital financeiro.

Não por acaso, a oposição e a grande mídia deflagraram uma verdadeira guerra contra o governo da presidenta Dilma desde a redução da taxa básica de juros, em outubro de 2012, para o menor índice histórico: 7,25%. Em 2013, depois de forte pressão da mídia e do setor financeiro, o Banco Central aumentou por seis vezes consecutivas os juros, fechando 2013 com a taxa em dois dígitos: 10%. Contudo, os especuladores não estão saciados. O bombardeio segue para que os juros continuem se elevando.

Para o futuro imediato, em termos de condicionantes, se destaca a esperada alteração da política monetária dos Estados Unidos da América, que incidirá sobre a taxa de câmbio e juros. Internamente, como já assinalado, persistirão as pressões para mais aumento de juros e elevação do superávit primário.

O Brasil recebe 2014, é verdade, sem um crescimento robusto. Mas pode se orgulhar de ter conseguido manter o povo longe do desemprego e de perdas de direitos sociais, como ocorre na Itália, Espanha, Estados Unidos e em outros países do chamado primeiro mundo capitalista. Com base nestes êxitos e em outros acumulados ao longo do último decênio, e conscientes dos obstáculos que permanecem e dos equívocos que foram cometidos, as forças progressistas que respaldam o governo da presidenta Dilma podem firmar - na sucessão presidencial que se avizinha - compromissos de avanços e conquistas maiores. Avanços que irão demandar a realização das reformas estruturais democráticas sustentadas por uma aliança ampla, mas com um necessário protagonismo da esquerda e dos movimentos sociais.

Adalberto Monteiro

Editor

voltar

Editora e Livraria Anita Garibaldi - CNPJ 96.337.019/0001-05
Rua Rego Freitas 192 - República - Centro - São Paulo - SP - Cep: 01220-010
Telefone: (11) 3129-4586 - WhatsApp: (11) 9.3466.3212 - E-mail: livraria@anitagaribaldi.com.br