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Editorial

Edição 102 > A força-motriz das mudanças progressistas

A força-motriz das mudanças progressistas

Adalberto Monteiro
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Para Karl Marx, cuja obra é revalorizada no contexto da presente crise capitalista, a luta de classes é o motor da história. A luta política do povo e dos trabalhadores é fonte de mudanças. Quando ocorreu o fim da União Soviética em 1991, os ideólogos do Capital, entorpecidos pela vitória, proclamaram o fim da história e, por conseguinte, a extinção do confronto entre oprimidos e opressores. Foi fomentada, então, aproveitando-se da desesperança reinante, a fragmentação da luta do povo. A bandeira dos oprimidos foi picada em mil pedaços. Ideias e dinheiro fizeram surgir – no lugar de partidos, sindicatos e movimentos sociais aglutinadores – miríades e miríades de ONGs, cada qual a defender uma reivindicação. A luta pela conquista do poder, por parte dos despossuídos, dissipava-se na peleja por incontáveis minúsculas causas.

No âmbito da esquerda, mesmo pensadores de saber relevante vagaram, ao longo de anos, sem prumo nem rumo. A revolução ficara sem “sujeito”, pois, com as transformações ocorridas no mundo do trabalho e da produção – diziam os arrazoados teóricos –, o proletariado enquanto protagonista da mudança fora ferido de morte. Outras abordagens semeavam a ideia de que, com a globalização neoliberal, a luta no âmbito de cada país perdera sentido e que ademais o Estado nacional se debilitara a tal ponto que seria perda de tempo lutar pela sua conquista. Ressuscitava, também, com traje novo, a surrada tese da separação, e mesmo de antagonismo, entre movimentos sociais e partidos políticos. Não caberia aos movimentos sociais, em conjunto com os partidos, a luta pelo poder, tampouco a jornada pela conquista de governos locais e nem dos governos centrais das repúblicas.

Mas, em pouco tempo, a prática política concreta e os fatos históricos encarregaram-se de demonstrar quão erradas e nocivas são tais ideias que tiveram seu momento de glória no apogeu do neoliberalismo.

Na América Latina, isto foi demonstrado com todas as letras. Os anos 1990 se constituíram na década da resistência. Em cada país se forjou uma coesão de movimentos sociais, partidos políticos, intelectuais progressistas e gente do mundo das artes, para enfrentar a avalanche neoliberal que pisoteava a soberania das nações e cortava os direitos dos trabalhadores. Depois de muitas derrotas, após duro aprendizado histórico, a vida com sua força e criatividade sulcou um caminho novo às lutas em prol dos trabalhadores e das nações. Lutas sociais, greves, jornadas de rua, em alguns países inclusive rebeliões massivas, acontecendo simultaneamente à batalha de ideias e às ações de partidos políticos – esses elementos, a desembocar em frentes partidárias e sociais que, pela via eleitoral, conquistaram governos de vários países. De tal modo, no início do século XXI, na América Latina, os povos passaram da resistência à contraofensiva, reerguendo a esperança não só nas Américas, mas em outros continentes.

Os movimentos sociais – numa época de guerras imperialistas – mostraram, também, sua vitalidade na defesa da paz e da solidariedade entre os povos. Contra a velha receita do capitalismo de jogar nos ombros dos trabalhadores o ônus de suas crises, o movimento operário tem realizado pelo mundo afora massivas jornadas.

Na América Latina, o atávico golpe militar em Honduras e o revés eleitoral do campo progressista nas recentes eleições realizadas na Argentina deixam claro que as forças conservadoras locais – e o imperialismo estadunidense – buscarão reaver o espaço político perdido. Os movimentos sociais que foram fontes geradoras deste ciclo de conquistas e esperanças são chamados a defender tal espaço e a impulsioná-lo a seguir adiante, com passos ainda mais arrojados.

No Brasil, o período histórico novo e promissor, aberto com a vitória de Lula em 2002, estará em jogo nas eleições de 2010. As centrais sindicais dos trabalhadores e o conjunto dos movimentos sociais são chamados, novamente, a desempenhar um papel relevante para impedir o retrocesso e assegurar uma nova vitória do povo. Tarefa já em andamento, com a realização de jornadas políticas massivas e unitárias na defesa dos direitos dos trabalhadores e da economia nacional.

Adalberto Monteiro
Editor

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