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1º de maio - sua origem, seu significado, suas lutas
Centrais se unem em livro comemorativo aos 130 anos do 1º de Maio

1º de maio - sua origem, seu significado, suas lutas
Autor: José Luiz Del Roio
Págs.: 176
Editora: Centro de Memória Sindical
Ano de publicação: 2016
Edição: 2ª
ISBN: 978-85-66157-10-9
Preço: R$ 20,00
Disponível em: www.anitagaribaldi.com.br
Com o apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), entre as seis maiores centrais sindicais do país (CUT, Nova Central, Força Sindical, CSB e UGT), foi lançado o livro 1º de Maio, sua imagem, seu significado, suas lutas, de José Luiz del Roio
Em 1986, o Centro de Memória Sindical (CMS) publicou o livro 1º de Maio – Cem anos de luta. Passados trinta anos, por iniciativa do CMS e das Centrais Sindicais, ele foi reeditado.
Roio conta que lhe foi pedido em 1986 para escrever “um texto simples explicando como havia surgido o 1º de Maio”. Mas ele acabou por fazer um clássico da literatura do movimento sindical.
O autor conta ainda que o livro foi escrito e lançado num momento muito diferente da vida do país que se redemocratizava. “O Brasil saía de uma ditadura e começava a respirar ares democráticos, importante para a classe trabalhadora se organizar”.
O que mudou para os trabalhadores de 1986 para cá- “O capitalismo, especialmente o capital financeiro, endureceu seus ataques a direitos e conquistas, no mundo todo”. Embora os governos populares do Brasil tenham resistido às receitas neoliberais, o golpe contra Lula e Dilma mostra que essas elites financeiras não estavam mais dispostas a tolerá-los, “e abriram a temporada de caça aos direitos trabalhistas e sociais”.
Roio defende a importância do livro pelo que registra e documenta. “Memória é chão, apoio. Sem conhecimento e domínio da própria história não se vai a lugar algum”. Participaram de sua proposta de edição, além das Centrais Sindicais, outras 28 entidades parceiras entre sindicatos, federações e o próprio Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“Reeditar e divulgar a história do 1º de Maio é fundamental para a luta sindical. Através dela podemos saber das barbaridades às quais o trabalhador era e ainda é exposto”, revela Milton Cavalo, presidente do Centro de Memória Sindical.
A nova edição mantém o texto original, atualizando os prefácios, que serão assinados pelos presidentes das Centrais, além do prefácio do consultor sindical João Guilherme Vargas Netto.
Repercussão
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, ressalta o papel transformador que a formação exerce sobre os sindicalistas. “Lênin já dizia que sem teoria não tem revolução”, disse. “Muito importante que a classe trabalhadora se aproprie de sua história para conscientização e atuação mais qualificada nas lutas que estão por vir”.
O secretário Sindical do PCdoB, Nivaldo Santana, lembra que o 1º de Maio é uma das datas mais simbólicas da luta dos trabalhadores na luta pela redução da jornada de trabalho e contra a repressão patronal e policial. “Resgatar esses 130 anos de história do Primeiro de Maio serve para educar as novas gerações de trabalhadores, e também preservar a história de quem vive do trabalho, que geralmente é uma história marginalizada e esquecida”, afirmou.
Santana, que também é dirigente da CTB, avaliou com entusiasmo a unidade sindical em torno deste lançamento no Sindicato dos Comerciários de São Paulo, na noite de 19 de setembro, com a presença de lideranças de todas as Centrais e figuras polêmicas como o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB) e a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP).
Ilustração de T. de Thulstrup retrata a Revolta de Haymarket, manifestação trabalhista ocorrida em 4 de maio de 1886 em Chicago, Illinois (EUA). Durante a manifestação pacífica a favor do regime de 8 horas de trabalho, uma bomba estourou junto ao local onde policiais estavam posicionados, matando um imediatamente e ferindo outros sete que morreram mais tarde. A polícia abriu fogo contra os manifestantes, ferindo dezenas e matando onze. Os oito organizadores da manifestação foram presos e incriminados, mesmo na ausência de evidências que os ligassem à bomba. Quatro foram enforcados, um cometeu suicídio, e os três remanescentes receberam sentenças de prisão que foram revogadas em 1893, quando o governador concluiu que todos os oito acusados eram inocentes. O episódio é considerado uma das origens das comemorações internacionais do “1º de Maio”.